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<b>Homem suspeito de estuprar enteadas morre após ser espancado por populares

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Homem suspeito de estuprar enteadas morre após ser espancado por populares

Por: Pesquisa Web

A suspeita de que duas garotas, de 11 e 18 anos, vinham sendo estupradas pelo padrasto em Simões Filho terminou na morte do suspeito por volta da meia-noite de quarta-feira (23), em Lauro de Freitas. José Santos Sobrinho, 46 anos, foi linchado na noite desta terça (22) na Praça do Barro Duro, próximo ao residencial Jardim Campo Verde, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador (RMS).

O caso foi registrado junto à Central de Polícias (Centel) às 19h55 da terça-feira, quando foi informado que um homem havia sido amarrado na praça e estava sendo espancado por populares. "A senhora que é mãe das meninas flagrou o marido estuprando uma das filhas há uma semana e comentou. Os moradores souberam e lincharam o homem ontem", disse uma moradora do local, que não quis se identificar.

Ainda segundo a moradora, a Polícia Militar foi chamada ao local duas vezes. "Primeiro eles vieram, mas não fizeram nada. Depois, chamaram de novo e o policial ainda reclamou que não tinham terminado o serviço e ainda tinham chamado eles pra buscar o corpo. Aí levaram ele, não sei se pra delegacia ou pro hospital", contou.

A assessoria da Polícia Militar se posicionou sobre a situação relatada solicitando que a denúncia da testemunha seja formalizada na Ouvidoria do órgão para que o fato seja investigado. Segundo a Central de Polícias, a PM foi acionada e conseguiu socorrer o homem ao Hospital Menandro de Faria, em Lauro de Freitas, também na RMS, onde deu entrada por volta das 21h.

Liberado
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), José Santos Sobrinho foi atendido por um cirurgião e passou por exames que não apontaram a necessidade de que ele ficasse internado. O homem, então, foi liberado e levado pela PM numa viatura até a 12ª Delegacia (Itapuã), responsável pela área do Barro Duro, para ser apresentado.

No entanto, de acordo com a delegada plantonista da unidade, Marialda Souza dos Santos, José não chegou a ser apresentado, porque sofreu uma crise convulsiva. "Ele chegou a ser levado para o hospital e trazido para a delegacia, mas nem chegou a ser apresentado, porque voltou a passar mal e foi levado de volta para o hospital, onde morreu por volta de meia-noite, mas só informaram aqui à delegacia hoje às 6h", disse a delegada.

Depoimentos
Ainda na noite de terça, uma das vítimas - a garota de 18 anos -, a mãe dela e uma professora, que foi quem desconfiou dos abusos, segundo a delegada, foram conduzidos à Central de Flagrantes, onde prestaram depoimento. Segundo a delegada, a mãe das meninas foi ouvida na quarta-feira, mas prestará um novo depoimento. Muito abalada, ela não conseguiu dizer muitos detalhes.

"Ela disse que não tinha conhecimento nenhum e que ficou sabendo (dos abusos) através da professora. Disse que não desconfiava de nada", contou a delegada Marialda, o que contraria a versão da vizinha, de que a agressão teria sido flagrada pela mãe das meninas. O depoimento da garota de 18 anos foi encaminhado pelo delegado Roberto César Nunes, da Central de Flagrantes, para a 12ª Delegacia, onde o caso será investigado. Já a menina de 11 anos não foi ouvida ainda. "Estou tentando localizá-la para ouvi-la também", disse Marialda.

Autoria ignorada
Na manhã de quarta-feira, policiais do Serviço de Investigação da 12ª Delegacia foram à Praça do Barro Duro na tentativa de identificar os autores do linchamento. A delegada, no entanto, acredita ser difícil identificar as pessoas. "Infelizmente, é muito difícil identificar autores de linchamentos, porque em virtude da população ser levada por uma 'revolta', o que não justifica, uns acobertam os outros. Se fosse um lugar com câmeras, a gente ainda conseguiria, mas lá não tem. Eu mandei o pessoal do SI lá, mas de antemão te digo que vai ser muito difícil identificar os autores", declarou.

Na tarde de quarta-feira, um parente de José Santos Sobrinho foi até o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) para liberar o corpo do homem, mas não quis falar sobre o crime. "Eu preciso não dizer nada porque isso foi uma coisa que abalou demais a nossa família", disse. O rapaz, que não se identificou, também não disse onde e quando será o sepultamento de José.

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