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<b>Carpinteiro sobrevive após 9 dias preso em rede de esgoto</b>

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Carpinteiro sobrevive após 9 dias preso em rede de esgoto

Por: Pesquisa Web

Após nove dias de aflição, a família de Genivaldo de Silva Souza pode, enfim, dizer que tudo acabou bem. Foi um período de muita agonia por parte dos parentes do carpinteiro, de 44 anos, que sumiu no último dia 15 de agosto, no ponto de ônibus da região da Estação Rodoviária de Salvador. O motivo do sumiço, por mais inusitado que possa parecer, deixou todos bastante apreensivos.

Segundo o irmão, o motorista aposentado, José Bento da Silva Souza, ele estava aguardando o ônibus para voltar pra casa, em Campinas de Pirajá, por volta das 18h, quando parou para beber alguma coisa. Após perceber que o coletivo havia chegado ao local, ele correu em direção ao veículo. “Durante a corrida, ele não percebeu que havia uma boca de lobo aberta e acabou caindo dentro dela”, disse José Bento.

A partir daí, segundo ele, foi só desespero. “Ele me disse que, quando caiu, de uma altura de aproximadamente 10 metros, estava tudo escuro e ficou sem saber para onde ir. Com a pancada, ele ficou alguns minutos deitado e logo após se levantou e foi caminhando por onde podia”, contou. Ainda segundo relatos de Genivaldo aos familiares, havia lugares em que a água chegou a bater no pescoço do carpinteiro.

Por outro lado, os irmãos se deram conta apenas do sumiço após receberem uma ligação da empresa onde ele trabalhava, no bairro de Pituaçu, informando do sumiço do rapaz. Genivaldo tem dois filhos, de 12 e 14 anos, mas que moram com a mãe deles no interior do estado. “Nós corremos todos os hospitais, delegacias e fomos várias vezes ao IML para tentar obter alguma notícia. Chegamos a ir à DHPP para buscar mais informações e nada”, falou José Bento, enquanto segurava um cartaz com a foto do irmão e estava escrito “desaparecido”.

ALÍVIO
Na luta pela sobrevivência, o carpinteiro percorreu aproximadamente 5 km e só foi encontrado na estação de tratamento da Embasa, que fica no bairro do Rio Vermelho, no último domingo, dia 23 de agosto. Praticamente sem forças, Genivaldo teria se agarrado a uma grade que ficava a cerca de 12 metros de profundidade da estação de tratamento. De acordo com o irmão, ao perceber a claridade, o carpinteiro teria começado a gritar por socorro. “Uma funcionária ouviu o pedido dele e foi ver o que era. Após observar que era meu irmão, ela chamou a equipe de seguranças que o retirou de lá”, comentou.

Após ser resgatado, a única coisa que ele teria lembrado era de um irmão que trabalha no Jardim Zoológico. Logo em seguida, ele foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), com os pés partidos e inchados, ainda havendo a possibilidade de que ele tivesse que amputar os membros, devido à exposição que sofreu. “A bactéria estava bastante generalizada, mas os médicos disseram que houve melhora e que isso não vai acontecer”, comemorou José Bento que viu o irmão no mesmo dia.

Para o familiar, Genivaldo nasceu de novo. “Minha mãe ficou aliviada. Nós já não esperávamos que ele estivesse vivo. Pra mim, isso tem a mão de Deus. A sorte ainda é que não choveu durante esses dias em que ele ficou lá em baixo”, disse. Ele espera que, a partir de agora, as empresas fiquem mais atentas aos riscos de deixar as bocas de lobo destampadas, o que traz risco de novos acidentes.

O carpinteiro teve alta do hospital na manhã de ontem. Na saída, ainda caminhando com dificuldade, ele relatou os momentos de pânico que passou após ficar nove dias sem saber para onde estava indo.  “Foi um milagre de Deus. Apenas pedia a Ele para que me tirasse logo dali onde já estava delirando. Aquilo era um inferno profundo, quase que não achava saída. Mas eu tinha a certeza que iria sair dali. A gente não pode desistir de viver”, contou.

Nota Embasa
Em nota enviada a imprensa, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) informou que uma equipe vistoriou o local e “não encontrou abertura que pudesse dar acesso à tubulação da rede de esgoto. No momento, técnicos da empresa aguardam que o estado de saúde de Genivaldo melhore para que ele possa indicar, com mais precisão, o local onde houve o acidente”. Fonte: Tribuna da Bahia.

 


 

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