'Atordoante', diz mãe de aluno de 18 anos esfaqueado em assalto

 

 

Denner Felipe Schavinski Centeno foi ferido com golpe de faca no peito.

O socorro rápido pode ter salvo a vida do estudante de 18 anos esfaqueado em um assalto após sair da escola na noite de quarta-feira (8) em Porto Alegre. Segundo os médicos informaram à família, lesões no coração normalmente causam a morte do paciente antes da chegada ao hospital. Depois da agressão, Denner Felipe Schavinski Centeno passou por uma cirurgia, e segue em estado grave na manhã desta sexta-feira (10), na UTI do Hospital de Pronto Socorro (HPS) da capital.

"Atordoante. A gente pensa que não está acontecendo e só quer ver o filho, ver se ele está bem. A gente fica de mãos atadas, indefesa", contou a mãe, Lisiane Schavinski, na quinta-feira (9). Lisiane ficou sabendo do assalto sofrido pelo filho através de uma rede social. Uma colega de Denner marcou o nome do jovem em uma publicação no Facebook pedindo para que quem visse avisasse os familiares que ele havia sido esfaqueado e encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Em seguida, uma amiga visualizou e comunicou a família.

"Entrei em contato com HPS porque pensei que tinha sido um trote. Mas no momento eles me informaram que ele tinha entrado por volta das 20h30 e que não tinha quadro para me informar", lembra Lisiane. O assalto ocorreu minutos depois de o jovem deixar a Escola Protásio Alves, onde estuda no turno da noite. Um outro estudante estava junto de Denner no momento da abordagem do criminoso.

"Ele [o assaltante] já chegou e falou: 'Me dá o celular, eu quero o celular'. Eu sei que ele chegou bem perto dele, e eles meio que começaram a se empurrar. Ele [Denner] tentou reagir ao assalto e depois eu só vi ele correndo em direção ao colégio", lembra o amigo, que é menor de idade e não quer ser identificado. Após ser ferido com uma faca, perto do coração, o estudante ainda conseguiu caminhar de volta até o colégio e pedir ajuda. Imagens de câmeras de segurança de dentro do colégio mostram que o jovem ainda estava lúcido ao entrar no local. Ele mostrou o ferimento da faca no peito e foi socorrido por funcionários.

A mãe conta que a informação que recebeu é de que ele teve uma lesão no ventrículo esquerdo e perdeu muito sangue. Por isso, chegou ao hospital em choque e logo foi encaminhado à cirurgia, que foi bem sucedida. "O médico foi bem categórico. O socorro rápido foi o que salvou ele. Pela proximidade do hospital e pela rapidez que foi atendido. Por ele ter esse esforço de chegar na escola e pedir socorro. Ele não desmaiou e teve forças. Não tenho palavras para agradecer o diretor da escola. O pronto-atendimento foi vital para que ele chegasse com vida ao HPS", diz a mãe emocionada. O aluno de família humilde tinha uma jornada puxada para tentar uma vida melhor. Fazia estágio em um fórum durante o dia e estudava à noite. Segundo Lisiane, ele é um "guri do bem".

A agressão gerou repercussão em toda a cidade. Pela manhã, a escola amanheceu com uma faixa pendurada no portão, e cerca de 300 colegas protestaram pedindo mais segurança. O grupo de estudantes deixou a sala de aula por volta das 9h e trancou uma das principais vias da capital. Eles saíram do colégio caminhando pela Avenida Ipiranga até o Palácio da Polícia. No início da tarde, um novo protesto foi organizado em frente à escola, bloqueando novamente o trânsito.

A direção do colégio diz que o número de assaltados nas redondezas tem aumentado e ocorrem em todos os turnos.  "Mais um, entre tantos nesses últimos dias. Foram de 15 a 20 assaltos semanais aqui, manhã, tarde e noite. Só esse pela primeira vez foi esfaqueado. Toda a escola está assustada, todos os alunos estão assustados", diz a diretora Ana Maria de Souza. Informações do G1.

 

 

Lisiane Schavinski diz que ficou sabendo por rede social que filho havia sido esfaqueado.