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Prefeito de Candeias é preso após PF encontrar armas em sua residência durante operação

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Prefeito de Candeias é preso após PF encontrar armas em sua residência durante operação

PF cumpre mandados de busca na casa de Pitágoras Alves, prefeito de Candeias.

Por G1

PF cumpre mandados de busca na casa de Pitágoras Alves, prefeito de Candeias — Foto: Reprodução/TV Bahia

O prefeito Pitágoras Alves (PP), da cidade de Candeias, região metropolitana de Salvador, foi preso na manhã desta sexta-feira (11), durante uma Operação da Polícia Federal (PF) que investiga desvios de verbas públicas de enfrentamento à Covid-19, na manhã desta sexta-feira (11).

A PF encontrou uma pistola e uma espingarda na casa dele, onde mandados de busca e apreensão eram cumpridos. Pitágoras não tem permissão para porte ou posse de armas, por isso ele foi detido em flagrante. Apesar disso, a prisão do prefeito não tem ligação direta com a operação.

Além da casa de Pitágoras, mandados de busca também foram cumpridos na Secretaria de Saúde do município e na Superintendência de Gestão. Cerca de R$ 100 mil foram apreendidos.

A operação investiga desvio de recursos públicos, após uma denúncia envolvendo a compra de oito respiradores, sem licitação, em 2020. Segundo a PF, cada ventilador custou aos cofres municipais R$ 175 mil aos cofres públicos, tendo sido gasto R$ 1,4 milhão.

Esses valores são incompatíveis com os preços de mercado, em uma diferença de mais de R$ 100 mil por equipamento, segundo a PF. A denúncia foi feita ao Ministério Público Federal (MPF).

Além dos respiradores, a mesma empresa foi contratada pela prefeitura de Candeias para fornecer máscaras descartáveis tripla camada e máscaras N95, também com dispensa de licitação irregular. O prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 801.440.

Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, o prefeito não é o alvo da operação de desvio de verbas públicas para enfrentamento da Covid-19, mas sim a primeira dama, que era secretária de Saúde na época. A Polícia Federal não confirmou essa informação, nem detalhou os alvos.

Além da superfaturação dos equipamentos, outros indícios da fraude no processo de dispensa de licitação se destacaram, como:

  • O objeto social da empresa contratada não tem relação com o objeto contratado. Segundo a PF, a empresa é especializada na venda de automóveis novos e usados, e não de equipamentos médico-hospitalares;
  • Uma cotação de preços foi simulada e formalmente realizada, apenas para dar aparência de legalidade à contratação da empresa;
  • A contratação irregular foi feita em abril de 2020, quando a cidade tinha apenas um caso confirmado de Covid-19, o que não justificava a pressa para contratação do equipamento;
  • O procedimento de dispensa e de contratação da empresa ocorreu em um único dia;
  • No mesmo dia da contratação, o município lavrou um novo temo de dispensa para a mesma empresa, desta vez para aquisição de máscaras descartáveis, que também não possui relação com o objeto social da empresa.

A Controladoria Geral da União (CGU), que também participou da operação, informou ainda que depois da compra dos equipamentos superfaturados, a prefeitura de Candeias emprestou sete dos oito respiradores para o governo do estado, o que demonstra que não havia uma demanda iminente na cidade, que justificasse a contratação direta e sem licitação.

Outros dois foram cumpridos em São Sebastião do Passé e Lauro de Freitas, também na região metropolitana da capital. A PF detalhou ainda que dois mandados foram cumpridos em São Paulo e outro em Campinas, ambas cidades no estado de São Paulo.

No ano passado, Candeias recebeu R$ 5 milhões do governo federal para ações de enfrentamento ao coronavírus. Os investigados responderão pelos crimes de fraude à licitação e peculato – que é o desvio de dinheiro público para aproveitamento próprio.

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