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Armas usadas por PMs que estupraram grávida não eram da corporação

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Armas usadas por PMs que estupraram grávida não eram da corporação

Por: Sites da Web

A pistola e o revólver usados pelos dois policiais militares que estupraram uma adolescente de 17 anos, grávida de três meses, na noite de sábado (11), não eram da corporação. A informação foi dada ontem pela delegada Joana Angélica Santos, titular da delegacia de São Sebastião do Passé, que investiga o caso.

O soldado Antônio Marcos Gomes dos Santos (lotado na 17ª CIPM, do Uruguai) e o PM reformado Ednardo Rodrigues de Santana abordaram a vítima, que está grávida, e o companheiro dela, na BR-110, usando um revólver 38 e uma pistola 380, e simulando uma ação policial.

Depois da abordagem, a jovem foi obrigada a entrar no carro da dupla, o Chevrolet Corsa sedan branco (placa original JRJ-2949, mas que estava com a placa JNE-5896) e estuprada.

Pistola 380 e revólver calibre 38 usados pelos policiais militares  no estupro não são da corporação
(Foto: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO)

“As armas não são da corporação, mas vamos checar a origem dessas armas, para saber se houve algum cometimento de outros crimes, como homicídio e latrocínio. O que um cidadão quer com armas e um carro placa fria? Estamos em estado de alerta, porque quem cai aqui nessas condições é porque praticava assalto”, disse a delegada, ontem. Além dos crimes de estupro e sequestro, os policiais responderão por descaracterização de dados oficiais veicular.

Segundo a delegada, o Corsa sedan usado pelos policiais no crime, cuja placa original era JRJ-2949, estava com a placa JNE-5896, originalmente de um Ford Corcel II. Além das armas, com os dois policiais, foi apreendida uma máscara do tipo brucutu.

Em nota, o Departamento de Comunicação Social (DCS) da Polícia Militar  informou que o soldado Ednardo é policial reformado por ter sido julgado pela junta médica definitivamente incapaz para exercer a função. Os dois foram  encaminhados para a Corregedoria da corporação, onde foi ouvida, antes de serem presos no Batalhão de Choque da PM-BA. Nenhum dos dois  havia sido preso antes.


 

(Fotos: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO)

Simulação

O companheiro da vítima, um rapaz que não teve o nome divulgado, havia ido buscar a adolescente no trabalho e, juntos, retornavam para casa pela rodovia. Então, a bordo do Corsa sedan, os policiais atiraram para intimidar o casal, obrigando-os a parar a moto no acostamento da BR.

Simulando uma ação policial, perguntaram por drogas e revistaram o casal. “Começaram a pedir informação de onde a gente morava. Aí ele foi conversando: ‘Fique calma, por causa do seu neném’”, contou a adolescente, ontem, em entrevista à TV Bahia.

“Na hora que ele botou a mão na minha barriga, veio pegar no meu peito, na hora que ele veio pegar no meu peito, eu dei dois murros nele”, contou a garota.  Os policiais, então, obrigaram a jovem a entrar no carro e mandaram o companheiro dela botar a mão na cabeça. “Pegaram meu celular, a chave da moto e minha identidade. E seguiram com ela. Em seguida, corri para a casa da minha tia e o vizinho dela me trouxe para a delegacia”, contou o companheiro da garota.

Placa do Corsa sedan usado pelos PMs é clonada de um Corcel II.
 

Enquanto isso, os policiais seguiram com a garota. “Entraram numa estrada de chão e foram bem pro meio da estrada, que tava cheia de mato. Falaram que era pra eu colaborar com eles”, disse a garota. Em seguida, ela foi estuprada.

Instantes depois, policiais  que alertados pelo companheiro da adolescente já faziam buscas pelo Corsa sedan pegaram os criminosos em flagrante. A vítima foi encontrada, de acordo com a corporação, em um local conhecido como Banco de Areia. Ao serem abordados, os dois se identificaram como policiais militares, mas acabaram presos em flagrante.

Pedido 
Em sua página no Facebook, o governador Rui Costa pediu ao comandante-geral da Polícia Militar a investigação dos dois policiais.

“Ato repugnante, ainda mais por ter sido cometido por pessoas que teriam como profissão defender a lei e a sociedade. Assim que fui comunicado, entrei em contato com o comandante geral da Polícia Militar, determinando a apuração dos fatos e abertura de processo de expulsão. Vão ser expulsos seguindo os critérios legais”, escreveu Rui. Informações do Correio.

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