Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Notícias

/

Dicas da Gisa

/

Bela Gil diz não se incomodar com críticas: 'Não me acho chata'

Dicas da Gisa

Bela Gil diz não se incomodar com críticas: 'Não me acho chata'

Por: Sites da Web

 

Bela Gil: "Nunca mandei ninguém fazer nada"

Baiana nascida em família de artistas, adepta da ioga desde os 14 anos, Bela Gil é daquelas que não se destemperam facilmente. Educa a filha, Flor, 6, na base do diálogo firme, não é de falar palavrão, é avessa à gritaria e se diz péssima de briga. Não surpreende, portanto, quando afirma que não liga para as críticas à sua sugestão recente de trocar pasta de dentes por cúrcuma ou à foto que postou da merenda saudável da menina numa rede social ou mesmo às brincadeiras sobre sua receita de churrasco de melancia: “ Não fico chateada, fico preocupada.

Penso: ‘Caramba, tenho muito trabalho pela frente!’. De conscientizar, educar e explicar por que eu estou fazendo isso.”
Aos que a chamam de chata por pregar um estilo de vida mais sustentável, Bela responde: “Não me acho nada chata. Nunca mandei ninguém fazer nada, as pessoas têm livre arbítrio.” Aos 27 anos, a nutricionista e apresentadora se prepara para voltar à TV na terça, quando estreia no GNT a nova temporada do Bela Cozinha (20h30). 

O Bela Cozinha está na quarta temporada, estabelecido. Tem vontade de experimentar outros formatos?
Tenho um desejo muito grande de trabalhar com a comida regional, gravar o programa em diferentes estados.

Você nasceu em Salvador e se mudou para o Rio aos 2 anos, onde cresceu. Se considera mais baiana ou carioca?
Me considero muito baiana, por ter passado todas as minhas férias lá. Sou apaixonada pela comida baiana, amo abará. E a minha personalidade está ligada à baianidade, tenho uma tranquilidade, uma calma.

O que irrita você?
Eu era muito irritada quando criança. Hoje não sou mais. Tenho uma tendência a me adaptar muito fácil às situações. Para mim, viver é muito simples. Se estão querendo me irritar falando alguma coisa, tudo bem, deixa. Fujo de gritaria.

Como você lida com uma malcriação da sua filha, por exemplo?
Converso bastante com ela. Com criança, você tem que dar limite. Não sou uma mãe de bater, tento educá-la com a tonalidade da voz. Se eu a pego pelo braço e falo com mais rispidez, ela se acanha. E boto de castigo, tipo: “Se coloca no seu lugar, menina”.

Você se reconhece nela?
Em vários aspectos eu falo: “Gente, essa menina não é minha filha”, porque ela é muito sociável. Se deixar, ela dorme o final de semana todo fora, na casa de amigas, do primo, do tio. Eu tentava mas voltava de madrugada para casa querendo meus pais. Mas, como eu, ela ama comer, come de tudo e come muito. E fica irritada com pequenas coisas. Mas acho que isso tem muito a ver com vermes e parasitas.

Como assim?
Eles causam irritação. Tive muito verme quando era pequena, criança brinca na areia, com cachorro. É um assunto importante, e às vezes não se sabe porque a criança está com comportamento estranho.

Com que idade você saiu de casa?
Com 17. Meu marido foi fazer um mestrado na França, e eu fui junto. Moramos em Paris por seis meses. Saí do colégio no meio do terceiro ano, fiz supletivo para concluir o ensino médio.

E seus pais não perderam os cabelos?
Eles têm uma visão muito liberal, não são muito atrelados à educação escolar. Lembro que nunca gostei de perder aula, sempre fui responsável, autocrítica, certinha. Para mim, não ir à aula era quase como cometer um crime. Então, eles entenderam quando eu quis morar fora, porque viram aquilo como um grande aprendizado. E lá eu não fiquei de bobeira, trabalhei na loja da Natura como vendedora, fiz curso de francês. Para eles, era uma experiência de vida.

De lá você voltou para casa?
Voltei para arrumar as coisas e ir para Nova York com meu marido. Fomos com a intenção de ficar seis meses estudando inglês e acabamos ficando oito anos. Estudei Nutrição, fiz curso de culinária, trabalhei em dois restaurantes veganos, mas vi que não era para mim, o ambiente era muito hostil. Aí resolvi cozinhar na casa de amigos interessados em alimentação saudável, depois decidi preparar em casa e distribuir e, em seguida, comecei a dar aulas em casa. Foi aí que eu construí o Bela Cozinha, que comecei a gravar quando voltei ao Brasil, após concluir a faculdade.

Você teve sua filha em Nova York, aos 20 anos. A gravidez foi planejada?
Era uma vontade grande do meu marido ter filho antes dos 30 (ele tem 35). A gente não planejou, mas não evitou. Agora eu quero outro filho. Tenho que tirar o DIU e, aí, venha quando vier.

As piadas com a foto do lanche de Flor que você postou a incomodaram?
Eu não fico fiquei chateada, fico preocupada. Pensei: ‘Caramba, tenho muito trabalho pela frente!’. De conscientizar, educar e explicar por que eu estou fazendo isso. As pessoas vivem de uma maneira tão alienada, que comer algo tão natural como batata doce e banana da terra no café da manhã é tenebroso. O que me chateia é que o que eu faço é exceção, e eu queria que fosse regra.

Flor já experimentou refrigerante?
Não. A gente combinou de ela experimentar quando tiver 9 anos. Mas, se amanhã ela quiser provar, eu vou deixar. Cada um tem sua escolha, senão eu vou estar criando um monstrinho que, com 13, 14 anos vai surtar. Mas Flor tem consciência. Outro dia um primo dela estava comendo requeijão cremoso, e ela falou: “Sabia que requeijão tem tinta de parede?”. É que algumas marcas têm dióxido de titânio, uma substância que se usa para fazer tinta. Eu explico, e ela fala: “Sério, mamãe?”.

Você esperava essa repercussão da história da cúrcuma?
Jamais. Eu tinha postado uma receita de desodorante natural, nenhum dermatologista veio me criticar. Não sei por que os dentistas resolveram achar que eu estava criminalizando o trabalho deles. Levo minha filha ao dentista, vou ao dentista. Tenho um background de ayurveda, na Índia se usa cúrcuma, e minha dentista falou que não há nada mais corrosivo do que pasta de dente. As pessoas são muito automatizadas, gosto de passar opções.

Você escova os dentes com cúrcuma?
Escovo, adoro. A Flor escova de vez em quando, nem sempre.

E o meme que fizeram dizendo que você recomenda Catupiry em lugar de pomada para assaduras? 
Vi, adorei. Não tem como não rir. É uma piada engraçada, nada agressiva.

Você gravou um vídeo da Porta dos Fundos se parodiando. Como surgiu o convite?
O Gregório (Duvivier) é superamigo de uma superamiga minha. E ele me escreveu mandando o roteiro. Achei genial, eu amo o tipo de humor que eles fazem. Achei que as pessoas iam se divertir com o vídeo e ver a alimentação saudável com outros olhos.

As críticas a intimidaram?
Não, virão muitas ainda.

Alguns críticos a chamaram de chata. Você se considera assim?
Não me considero chata de maneira nenhuma, não vou absorver esse adjetivo. Nunca mandei ninguém fazer nada, as pessoas têm livre arbítrio. Meu marido é chato (risos). Todo mundo ama ele, mas ele às vezes é de picuinha, e eu não sou. O Globo*

Relacionados