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Neste 14 de março, poeta Ivan Antônio fala sobre o futuro da poesia

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Neste 14 de março, poeta Ivan Antônio fala sobre o futuro da poesia

14 de março é o Dia Nacional da Poesia em homenagem a Castro Alves

Por: Sheila Barretto

(Foto: Fernanda Maia)

Neste dia 14 de março é comemorado o Dia Nacional da Poesia e para celebrar a data, o Camaçari Notícias bateu um papo com um dos poetas mais conhecidos da cidade, Ivan Antônio. Dramaturgo, compositor, diretor de teatro e cinema e criador do Teatro da Solidão Solidária, Ivan Antônio falou sobre o futuro da poesia em tempos de redes sociais.

CN1: Como poeta, como você vê a questão de as pessoas estarem cada vez mais envolvidas com as redes sociais? Acha que é um canal onde a poesia também tem espaço?

Ivan Antônio: Eu acho que as redes sociais são importantes para a divulgação da poesia. Atualmente temos acesso a escritores de vários cantos do mundo e a obras universais que antes não tínhamos. Tanto pela escassez das informações, quanto pelo preço dos livros, que sempre foram muito caros. Eu acho que as redes sociais, nesse sentido especial, prestam um serviço interessante à poesia e dá margem a poetas que hoje não têm acesso à publicação dos seus livros a divulgarem suas obras através dessas redes. Eu acho importante.

CN1: Com o seu trabalho, como você busca inspirar os seus leitores?

Ivan Antônio: O meu trabalho, tanto na poesia, como na música, no teatro e no cinema sempre perpassou pelas questões humanas, espirituais que nos permite investigar a alma humana. Então, eu acho que nesse sentido eu humildemente inspiro os meus leitores porque a minha poesia fala diretamente de coisas e de questões existenciais que às vezes os leitores têm vontade de falar, de colocar pra fora e não conseguem. Então a minha poesia chega a sua alma com essa vocação de ser companheira, de estar ao lado, de estar próxima, de entender o silêncio, o grito do outro.

CN1: Na sua opinião, os jovens de hoje se interessam por poesia? Ela tem um futuro pela frente?

Ivan Antônio: Sim, eu acho que os jovens se interessam por poesia. Eu tenho viajado o mundo inteiro e no Brasil, em especial, tenho andado em vários lugares em que a poesia, mesmo de uma forma silenciada, ela tem o seu grito. A partir da garganta e da alma de uma juventude que hoje, não apenas através da palavra falada, mas da palavra cantada também, do rap, de todas as manifestações oriundas da poesia. Quanto ao futuro da poesia, ela nasceu com a humanidade e assim será. Independentemente de qualquer coisa, a poesia sempre terá um lugar nesse planeta, que é dela. A alma humana sempre irá carecer de poesia.

CN1: Para encerrar, compartilhe uma poesia de sua autoria com a gente.

FIM DA INFÂNCIA – Ivan Antonio

Hoje abri gavetas

e rasguei poemas velhos,

desgastados pelo tempo.

A infância se finda

com a perda da memória.

Já não existo para alguns antigos amigos,

e alguns antigos amores já não lembram mais de mim.

Relutei em rasgar esses poemas

e eles tentavam escapar das minhas mãos

enquanto eu os lia.

É preciso dar fim às coisas, amigo.

Teu coração velho

Precisa se abrir e se fechar...

Assim é a vida. Não fica triste, não...

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