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Viradouro conquista 2º título com enredo que uniu Rio e Bahia

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Viradouro conquista 2º título com enredo que uniu Rio e Bahia

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Por: G1

Ala dos mestres do brincar da Unidos do Viradouro — Foto: Marcelo Brandt/G1

A Viradouro é a grande campeã do carnaval 2020 do Rio de Janeiro, após 23 anos de jejum. União da Ilha e Estácio de Sá foram rebaixadas. 

O enredo "Viradouro de alma lavada" falou sobre o grupo das Ganhadeiras de Itaupã, quinta geração de mulheres que lavavam roupa na Lagoa do Abaeté e faziam outros serviços em Salvador em busca da compra de sua alforria. 

"[Os carnavalescos] Marcos e Tarcísio corresponderam, conseguiram nos trazer o enredo, dentro de algumas opções. Quando a gente viu esse enredo, a gente se apaixonou, uma história representativa, uma história muito bonita, que nos honrou muito fazer. Tenho certeza que está em festa Itapoã, a Bahia está em festa," disse o presidente da Viradouro, Marcelo Calil, que também chamou atenção para a renovação dentro da escola desde 2016. 

Muito emocionado, o carnavalesco Marcus Ferreira dedicou à família e à diretoria, em entrevista à TV Globo. "Em 2017 ganhei um carnaval e não puder estar no Império Serrano no grupo especial", lembrou. Em prantos, Tarcísio Zanon preferiu não falar imediatamente após o anúncio do título. 

A escola contou com apoio de R$ 2,5 milhões da Prefeitura de Niterói. Em nota, o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, comemorou o título e disse que o investimento nas agremiações da cidade gera emprego, renda e movimenta a economia. 

Unidos do Viradouro: Alá da mercação retrata escravos que vendiam temperos e alimentos no centro de Salvador — Foto: Marcelo Brandt/G1

Quesito a quesito 

A Grande Rio liderou a disputa até o 7º quesito, de Mestre-sala e Porta-Bandeira. A partir deste momento, a Viradouro assumiu o primeiro lugar e levou o troféu. 

Trajetória no carnaval 

Este é o segundo título da Viradouro. A escola de Niterói foi campeã do Grupo Especial do Rio em 1997. Ela ficou anos na Série A. No ano passado, ela foi vice-campeã com um enredo sobre histórias encantadas. 

Já a Mangueira, campeã de 2019, ficou na 6º colocação no carnaval deste ano. 

Com a vitória neste ano, a Viradouro chegou ao seu 2º título no carnaval do Rio de Janeiro, empatando com Unidos da Capela. A Portela é a maior vencedora, com 22 títulos. 

Destaques do desfile 

  • O samba tinha influência de afoxé, ritmo baiano, nos batuques e na melodia. 
  • Na comissão de frente, a atleta da seleção brasileira de nado sincronizado Anna Giulia, vestida de sereia, dava mergulhos de até um minuto em um aquário com 7 mil litros de água mineral, representando a Lagoa do Abaeté. 
  • Teve até cocada para o público. Os doces foram distribuídos ao lado das baianas, que representaram as quituteiras. As saias eram bordadas com figuras de abará, tapioca e acarajé. 

O desfile mostrou as atividades que as Ganhadeiras exerciam: lavar roupa, carregar e vender água, cozinhar e vender alimentos, costurar, vender bugigangas etc. 

Essas mulheres foram exaltadas no desfile como as "primeiras feministas do Brasil", pela força que tiveram para ir atrás da liberdade e pela importância para a cultura da Bahia.2 

A cantora Margareth Menezes desfilou como destaque do carro que lembrou as cirandas de roda à beira do mar aberto, uma contribuição das Ganhadeiras à música baiana. 

A rainha de bateria, Raissa Machado, pelo sétimo ano na Viradouro, vestiu uma fantasia em homenagem à rainha dos Malês, Luiza Mahin, uma das lideranças da revolta pela libertação dos escravos em Salvador. 

O grupo de encerramento se chamava "Lute como uma mulher!", e levou mulheres negras ligadas à pauta feminista para a avenida. 

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