Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Notícias

/

Meio Ambiente

/

Maranhão: Inspeção em navio encalhado detecta dano em área de 25 metros

Meio Ambiente

Maranhão: Inspeção em navio encalhado detecta dano em área de 25 metros

.

Por: G1

Ministro Ricardo Salles durante coletiva de imprensa em São Luís — Foto: Lucas Vieira/G1

A área afetada no casco do navio que encalhou na costa do Maranhão é de cerca de 25 metros, segundo o chefe de Estado-Maior do Comando do 4º Distrito Naval, Robson Neves Fernandes, que participou da coletiva de imprensa junto com o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na manhã desta quarta-feira (4), em São Luís. Na ocasião, o representante da Marinha também informou que seis mergulhadores têm feito inspeções no casco da embarcação de 340 metros de comprimento.

"Esse incidente aconteceu na parte da frente da embarcação, no lado direito. É uma área compreendida de, mais ou menos, 25 metros. Não é que tenha um buraco de 25 metros, a área afetada é de cerca de 25 metros", esclareceu o representante da Marinha, ressaltando que ainda não há uma conclusão sobre o que pode ter levado o navio a afundar e a quantidade de água que entrou na embarcação após encalhar. Fernandes lembrou, ainda, que o trabalho dos mergulhadores deve acontecer ao longo dos próximos dias pela complexidade da análise que precisa ser feita.

O ministro do Meio Ambiente disse que veio a São Luís acompanhar o trabalho da Marinha e do Ibama, e reforça que não há vazamentos de óleo no oceano. "Já não há óleo no mar. O que chegou a ser detectado foi uma pequena quantidade de óleo nos primeiros dias, que já foi dissipado e já não há mais detecção de óleo no mar", enfatizou.

"Há uma data prevista para que se inicie, eventualmente, a retirada de óleo do local [navio], desde que aprovado plano de retirada desse óleo. São cerca de 3.400 toneladas de óleo do navio. Aprovado esse plano, inicia-se o procedimento com toda cautela necessária. A apresentação do plano e sua eventual execução devem ocorrer entre os dias 8 e 10 de março", concluiu o ministro Ricardo Salles. 

A agenda do ministro Ricardo Salles no Maranhão incluiu, ainda, um sobrevoo na região onde o navio está encalhado, há cerca de 100 metros da costa do Maranhão, ainda na manhã desta quarta-feira (04).

Durante a entrevista, o ministro também descartou qualquer comparação com as manchas de óleo que atingiram o litoral do nordeste, Espírito Santo e Rio de Janeiro no fim do ano passado. Para Salles, são duas situações com circunstâncias e proporções completamente distintas.

Na sexta-feira (28), o Ibama havia verificado o vazamento de 333 litros de óleo no mar e o poluente havia se espalhado por uma área de 0,79 km². No sábado (29), o instituto afirmou que não visualizou mais as manchas de óleo encontradas anteriormente.

Sobre a participação do Governo Federal nas operações de desencalhe no navio Stellar Banner, o ministro disse que outras pastas do governo também estão envolvidas na operação. "Estão envolvidos o ministro da Defesa e o ministro da Infraestrutura. Existe uma ação governamental para que a gente tenha previsibilidade daquilo que precisa ser feito", resumiu.

Segurança nos tanques

Nessa segunda (2), técnicos também trabalharam para vedar ainda mais os tanques de combustível e reforçar as travas dos compartimentos de carga, onde está o minério.

Equipes de mergulhadores da Marinha estão realizando trabalhos de inspeção para verificar quais foram os danos no casco do navio e nos compartimentos que foram alagados. O navio hidroceanográfico ‘Garnier Sampaio’ está na área para reforçar as operações.

No entanto, nesta segunda (2) a Marinha informou também que os mergulhadores estão com dificuldade para avaliar o dano no casco do navio por conta da correnteza forte que há debaixo d´água. Por isso, ainda não é possível saber o tamanho das fissuras por onde a água está entrando e nem se vai dar para soldar a embarcação e levá-la até um estaleiro para o conserto definitivo.

Operação de desencalhe

A empresa Polaris Shipping informou nesta segunda-feira (2) que cerca de 3,5 mil toneladas de óleo combustível e 140 toneladas de óleo diesel devem ser retirados durante a operação de desencalhe da embarcação.

O plano detalhado de retirada foi enviado para ser revisado pela Marinha do Brasil e após ser autorizado, deve ser executado nos próximos dias. Uma embarcação está sendo enviada ao local para auxiliar na retirada dos combustíveis de forma segura. A empresa afirma que a embarcação permanece no banco de areia e o estado é estável.

Inquérito

A Superintendência da Polícia Federal (PF) no Maranhão informou que abriu um inquérito para apurar possível crime ambiental no acidente do Stellar Banner. Antes, a Marinha já tinha informado que instaurou um inquérito administrativo para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades sobre o caso.

Riscos

A Marinha e o Ibama ainda não descartam completamente o risco vazamentos no navio. Atualmente, a embarcação segue encalhada e com cerca de 290 mil toneladas de minério de ferro, além de quatro milhões de litros de combustível e óleo. Se houver vazamento, todo o material pode se espalhar pelo litoral.

"O ideal é que se façam estudos que tenham com precisão os reais riscos da embarcação. Mas, independente disso, são tomadas todas as providências de forma preventiva. Então nós já temos um estudo de modelagem, para onde esse óleo pode bater, chegar na costa, caso venha a acontecer um incidente. E já deixar disponível os equipamentos de proteção a essas áreas sensíveis", afirmou Marcelo Amorim, coordenador de atendimento de emergência ecológica do Ibama.

Buracos na estrutura do Stellar Banner

O navio Stellar Banner tem capacidade para 300 mil toneladas de minério de ferro e possui 340 metros de comprimento, o equivalente a quase quatro campos de futebol. A embarcação foi abastecida pela Vale e saiu do Terminal Portuário da Ponta da Madeira, em São Luís, com destino a um comprador em Qingdao, na China.

Segundo a Capitania dos Portos, o navio apresentou ao menos dois locais com entrada de água nos compartimentos de carga por volta das 21h30 desta terça (25) e começou a afundar no Oceano Atlântico. Uma fissura no casco pode ter sido a causa. O comandante do navio emitiu um alerta de emergência via satélite e levou a embarcação para um banco de areia.

Equipes da Capitania dos Portos e da Vale foram encaminhadas para o local e cerca de 20 tripulantes foram evacuados. A empresa Polaris Shipping, proprietária do navio, informou que todos os membros da tripulação estão seguros e que está realizando inspeções para evitar maiores danos.

 

Relacionados