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Meio Ambiente
Por: Sites da Web
O peixe-frade é uma das espécies encontradas em fundos rochosos e coralíneos
O coordenador de pesquisa do Jubarte disse, ainda, que há outras duas situações graves. O rio Doce já estava assoreado. O sedimento que está se deslocando vai assorear ainda mais: "Isso vai complicar a entrada e saída dos animais que vão ao rio para se reproduzir, como os peixes recifais. O mais conhecido é o mero, já ameaçado de extinção". A segunda situação diz respeito ao risco de os metais transportados contaminar a fauna. "Vamos ver a forma com que o material vai se dissipar", frisou.
"Nossa preocupação é com a possível contaminação da foz por metais pesados e a mortalidade de animais aquáticos por onde a lama passa. A quantidade de partículas em suspensão está asfixiando-os", destacou Antônio de Almeida, gestor da Reserva Biológica Combois, a um quilômetro da foz.
Monitoramento na água feito pela prefeitura de Governador Valadares (MG) indicou turbidez 80 mil vezes acima do tolerável na última terça-feira. A quantidade de ferro encontrada em amostras foi 13,6 mil vezes acima desse limite, e a de alumínio, 6.500 vezes. Há previsões pessimistas também sobre a duração dos danos.
"Qualquer coisa que sair da foz pode atingir os recifes de corais de Abrolhos. Se a lama chegar a eles e impedi- -los de respirar, serão milhares de anos de recuperação", diz o professor Agnaldo Martins, da Universidade Federal do Espírito Santo.
Procurada, a Samarco - multada em R$ 250 milhões pelo Ibama - diz que está executando sistema emergencial de monitoramento ambiental e que contratou uma empresa para diagnosticar a área atingida e elaborar um plano de recuperação.
Espécies
A região - considerada pelo governo federal área prioritária de conservação - também é ponto estratégico para sobrevivência de botos-cinza. O local é ainda o único ponto no Atlântico Sul ocidental com concentração de desovas de tartaruga-de- -couro - espécie mais ameaçada de extinção no Brasil - e o 2º maior de desova de tartaruga-cabeçuda, assistidas por uma unidade do Tamar em Regência (MG).
Os répteis foram os primeiros alvos da força-tarefa de ambientalistas. No final da semana passada, 24 ninhos foram deslocados de lugar. Na última segunda-feira, retroescavadeiras começaram a tentar reabrir a passagem do rio para o mar, bloqueada por uma faixa de areia desde junho, quando o rio Doce, devido à seca, não teve mais força para desaguar no mar.
O temor é que, com a passagem fechada, a lama fique no estuário, zona de reprodução de espécies e cuja capacidade de absorção é muito menor que a do oceano. Há técnicos mobilizados para, se preciso, transferir peixes do estuário para tanques em duas lagoas próximas.
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