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EST&Aacute; NA HORA DE LUTARMOS POR N&Oacute;S MESMOS

No &uacute;ltimo dia 21 comemorou-se o dia internacional de luta contra a discrimina&ccedil;&atilde;o racial. A data marca o momento hist&oacute;rico em que negro sul-africanos sa&iacute;ram &agrave;s ruas para pedir justi&ccedil;a social e o fim do apartheid, um perverso sistema pol&iacute;tico que imperou na &Aacute;frica do Sul por quase 50 anos.

O objetivo era impedir, impossibilitar a ascens&atilde;o da comunidade negra daquele pais, a partir de leis segregacionistas que impediam o acesso de pessoas negras a determinados lugares, espa&ccedil;os, condicionando os negros a viver no submundo social, sem educa&ccedil;&atilde;o, sem sa&uacute;de, seguran&ccedil;a, saneamento b&aacute;sico, sem emprego, ous sem os direitos que o mundo ocidental &ldquo;civilizado&rdquo; defendia ser de todos e para todos sem qualquer tipo de distin&ccedil;&atilde;o. Mas essa n&atilde;o era uma verdade para os negros na &Aacute;frica do Sul.&nbsp;

O sistema excludente sul africano se sustentava na ideia da inferioridade racial dos negros, na ideia de que o negro &eacute; menos belo, menos capaz, menos inteligentes e menos civilizados. Ao negros era proibido o direito &agrave; terra, ao casamento com pessoas n&atilde;o negras, frequentar locais destinados para os brancos ou at&eacute; manter rela&ccedil;&otilde;es sexuais fora do casamento com pessoas n&atilde;o negras era considerado crime. O racismo ent&atilde;o passava a ser lei, nesse sentido ser racista n&atilde;o era a exce&ccedil;&atilde;o e sim a regra. &nbsp;

Hoje, mesmo com todo esfor&ccedil;o e toda luta da comunidade negra, o racismo ainda &eacute; uma realidade violenta que vitima milh&otilde;es de pessoas em todo mundo. &Eacute; por isso que nessa data, o mundo atrav&eacute;s das Na&ccedil;&otilde;es Unidas reconhece e chama de maneira urgente todos n&oacute;s para agirmos, pois o racismo continua a envenenar as institui&ccedil;&otilde;es, as estruturas sociais e o cotidiano de toda sociedade. Ele continua a estruturar uma persistente desigualdade, o que faz com que ningu&eacute;m esteja protegido da intoler&acirc;ncia nem livre do &oacute;dio que ele produz.&nbsp;

Os africanos, os afrodescendentes, os asi&aacute;ticos e seus descendentes, ind&iacute;genas, imigrantes, refugiados, comunidades minorit&aacute;rias e tantos outros que continuam a enfrentar a estigmatiza&ccedil;&atilde;o, discrimina&ccedil;&atilde;o e viol&ecirc;ncia. &Eacute; preciso falar alto, ouvir atentamente e agir decisivamente na luta contra esse mal.&nbsp;

Todos n&oacute;s devemos ter a responsabilidade e o dever moral de nos engajarmos com os movimentos de igualdade e direitos humanos em qualquer lugar que ele esteja. Devemos escutar os que passam por injusti&ccedil;as e lutar para que suas demandas estejam como prioridade no esfor&ccedil;o de desmontar estruturas racistas. &Eacute; crucial a cria&ccedil;&atilde;o de estruturas reparat&oacute;rias, &agrave; medida que elas ajudam na constru&ccedil;&atilde;o de uma equidade racial e repara o legado duradouro dos s&eacute;culos de escravid&atilde;o e colonialismo. &nbsp; 
Um futuro de justi&ccedil;a s&oacute; vai ser poss&iacute;vel, se consertarmos um passado injusto.

<img alt="" src="/fotos/artigos/107/mg/edvaldoartigo.jpg" style="float: left; width: 200px; height: 200px;" />Edvaldo Jr. &eacute; Professor Historiador pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), p&oacute;s-graduando em Direito P&uacute;blico Municipal pela Universidade Cat&oacute;lica do Salvador (UCSAL).

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Está na hora de lutarmos por nós mesmos, por Edvaldo Jr.

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