Ex-diretor da PRF afirma que blitz em ônibus nas eleições de 2022 foi determinação do Ministério da Justiça

Em depoimento à Justiça nesta terça-feira (27), Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), afirmou que recebeu ordem do Ministério da Justiça para realizar blitz em ônibus com destino ao Nordeste durante as eleições de 2022. Segundo ele, a ação tinha como objetivo coibir o transporte irregular de eleitores e dinheiro, e não dificultar o voto, como alegam as acusações contra a operação.

O depoimento ocorreu no julgamento da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa a ação penal contra o ex-ministro Anderson Torres. A ação investiga supostas tentativas golpistas atribuídas à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Um servidor da PRF ouvido na mesma audiência relatou que Djairlon teria ordenado à inteligência do órgão que intensificasse as abordagens a ônibus e vans na época, afirmando que a orientação da chefia era que a corporação “deveria tomar um lado”, conforme decisão do então diretor-geral da PRF.

Djairlon, entretanto, sustentou que a operação foi solicitada pela Secretaria de Operações Integradas, em reunião realizada no Ministério da Justiça, reforçando que a medida visava garantir a regularidade do transporte eleitoral e não a obstrução do processo democrático.

O julgamento segue em curso, com a oitiva de outras testemunhas e análise das evidências relacionadas às acusações que envolvem a tentativa de desestabilizar o resultado eleitoral de 2022.