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Brasil tem deflação em julho e IPCA cai 0,68%, puxado por combustíveis e energia

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Brasil tem deflação em julho e IPCA cai 0,68%, puxado por combustíveis e energia

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Por Pesquisa Web

A inflação no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal índice inflacionário brasileiro, fechou o mês de julho com queda de 0,68%. O resultado foi divulgado nesta terça-feira, 9, pelo IBGE. No acumulado de 12 meses, a inflação ficou em 10,07%. 

Nos sete meses deste ano até julho, a alta acumulada é de 4,77%.

O resultado de julho representa uma deflação, quando há variação negativa no índice. É a menor inflação desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980, segundo o IBGE.

A queda foi puxada sobretudo pela desoneração dos combustíveis e energia elétrica, aprovada em junho no Congresso e que levou estados a reduzirem o ICMS sobre esses insumos. Por outro lado, a inflação na alimentação segue pressionada, liderada pelo leite.

"Essa redução [em combustíveis e energia] afetou não só o grupo de transportes (-4,51%), mas também o de habitação (-1,05%), por conta da energia elétrica (-5,78%)", disse em nota o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov.

"Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo."

Já o grupo de alimentos e bebidas acelerou de variação de 0,80% em junho para 1,30% no mês de julho, a maior variação positiva entre os grupos pesquisados pelo IBGE.

O resultado de julho ficou em linha com o consenso do mercado, que esperava redução da inflação acumulada para 10,10%. A expectativa é que a inflação acumulada saia de dois dígitos já em agosto e chegue à casa dos 7% no fim do ano.

A inflação no Brasil superou dois dígitos em setembro do ano passado, uma das piores desde a implementação do Plano Real, e não caiu para baixo desse patamar desde então (veja no gráfico).

Impacto na Selic

A queda no IPCA de julho pode reforçar a expectativa de que o Banco Central já tenha subido os juros de forma suficiente para conter a inflação, sem a necessidade de um novo ajuste na reunião de setembro. 

A tese foi fortalecida pelo boletim Focus desta semana, com a manutenção da projeção da Selic a 13,75% para o fim do ano. O Brasil está sob a maior taxa básica de juros, a Selic, desde 2016. Porém, parte do mercado também acredita que o BC ainda possa fazer neste ano algum reajuste residual, com mais um aumento em setembro. 

Além disso, há pressão esperada para a inflação de 2023, com a volta de impostos cortados temporariamente, câmbio pressionado com a alta de juros nos EUA e Europa e o risco fiscal em meio à PEC Kamikaze, que elevou o valor do Auxílio Brasil para R$ 600 e criou um voucher caminhoneiro.

As projeções de inflação para 2023 vêm subindo, e a mediana de apostas para o IPCA no ano que vem ficou em 5,36% no boletim Focus desta semana. Fonte: Exame*

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