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Projeto de Lei propõe troca de sirenes por músicas suaves nas escolas estaduais da Bahia para acolher alunos com autismo

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Projeto de Lei propõe troca de sirenes por músicas suaves nas escolas estaduais da Bahia para acolher alunos com autismo

Substituição de sirenes por músicas tranquilas visa reduzir crises de alunos com autismo e promover ambiente escolar mais inclusivo

Por: Camaçari Notícias

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / EBC

A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) vai analisar, nos próximos dias, um Projeto de Lei que propõe a substituição dos sinais sonoros estridentes, como sirenes e campainhas, por músicas suaves nas escolas da rede pública estadual. O objetivo da medida é reduzir os impactos sensoriais em estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que frequentemente enfrentam hipersensibilidade auditiva.

A proposta, de autoria do deputado estadual Matheus Ferreira (MDB), defende que o uso de músicas tranquilas para marcar o início e o fim do intervalo pode evitar episódios de crise e colapsos emocionais em estudantes autistas. O parlamentar ressalta que o estímulo provocado por sons agudos, como o da tradicional sirene escolar, pode ser extremamente incômodo para pessoas com TEA.

“O barulho do sinal pode ser muito alto para que eles lidem com esse estímulo sem ter uma crise. O que é normal para pessoas neurotípicas pode ser um estímulo aversivo para uma pessoa autista, capaz de desencadear pânico e sofrimento. Dada a importância e a simplicidade dessa proposição, esperamos trazer mais conforto a esses alunos, mitigando o risco de crises em decorrência dos sons estridentes e priorizando sempre a dignidade das pessoas”, argumenta Matheus Ferreira.

Na justificativa do PL, o deputado cita estudos que indicam que entre 56% e 80% das pessoas com TEA apresentam hipersensibilidade sensorial e podem reagir negativamente a sons como buzinas, latidos ou sirenes. A alteração no ambiente escolar seria, portanto, uma estratégia simples e de baixo custo para promover inclusão e bem-estar.

Caso aprovado, o projeto prevê um prazo de 120 dias para que as escolas façam as devidas adaptações. O descumprimento da lei poderá acarretar multas de 10 a 20 unidades de valor, variando conforme a gravidade da infração e a capacidade econômica do infrator. Os valores arrecadados com as penalidades serão destinados ao Fundo Estadual de Educação da Bahia.

A fiscalização será de responsabilidade dos órgãos competentes da administração pública, enquanto o Governo do Estado ficará encarregado de regulamentar a lei, caso ela seja sancionada.

Experiências positivas

A medida não é inédita no Brasil. Cidades como Vila Velha, no Espírito Santo, já adotaram a substituição dos sinais sonoros tradicionais por músicas mais suaves. Em uma das escolas do município, os estudantes passaram a ouvir canções como “Andar com fé”, do cantor Gilberto Gil, nos momentos de entrada e saída do recreio. A escolha das músicas prioriza sons calmos, que não causem desconforto nos alunos.

A proposta em análise na AL-BA representa mais um passo na construção de um ambiente educacional mais acolhedor e inclusivo, especialmente para estudantes neurodivergentes. O debate também reacende a importância da escuta ativa às necessidades específicas de cada grupo dentro da comunidade escolar.

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