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Mesmo com medida protetiva, mulher é assassinada pelo ex-marido em Camaçari; autor do crime comete suicídio após o feminicídio

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Mesmo com medida protetiva, mulher é assassinada pelo ex-marido em Camaçari; autor do crime comete suicídio após o feminicídio

Cláudia Maria Conceição, de 39 anos, foi morta a tiros pelo ex-companheiro no centro da cidade. O agressor, que não aceitava o fim do relacionamento, havia sido preso por ameaçá-la, mas foi solto após audiência de custódia.

Por: Camaçari Notícias

Foto: Reprodução/redes sociais

Uma tragédia abalou a cidade de Camaçari nesta segunda-feira (26), quando Maria Cláudia Conceição, de 39 anos, foi assassinada a tiros enquanto entregava panfletos para uma ótica, na Rua Francisco Drumond, no centro comercial. O autor dos disparos foi o ex-companheiro da vítima, Ladislau de Jesus Conceição Junior, que cometeu suicídio logo após o crime.

Segundo apuração do Camaçari Notícias, Cláudia e Ladislau tiveram um relacionamento de 20 anos, mas estavam separados. Ladislau não aceitava o fim da relação e passou a ameaçar constantemente a ex-companheira. Cláudia possuía uma medida protetiva ativa, concedida após o ex a ameaçar de morte.

No entanto, mesmo com a proteção legal, a tragédia não foi evitada.

Ameaças recorrentes e descumprimento da medida

No dia 30 de abril, a Polícia Militar foi acionada após uma nova ameaça de Ladislau contra Cláudia. Ele havia ido até a casa onde ela estava morando e foi preso em flagrante por descumprir a medida protetiva. A delegada plantonista da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Camaçari autuou o agressor em flagrante, pediu a prisão preventiva e solicitou a medida protetiva, que foi concedida.

Porém, no dia 2 de maio, Ladislau foi solto após uma audiência de custódia. A partir de então, as ameaças se intensificaram. Com medo, Cláudia passou a se abrigar na casa de um primo, evitando retornar para o imóvel onde vivia com o ex.

Nesta segunda-feira, quando seguia para o trabalho acompanhada de duas colegas, Cláudia foi surpreendida por Ladislau na rua. Segundo testemunhas, ele mandou que as colegas se afastassem, atirou à queima-roupa no ouvido da vítima e depois realizou mais três disparos. Cláudia morreu na hora.

Após cometer o feminicídio, Ladislau voltou para a residência onde os dois viveram juntos, no bairro Parque Verde, e cometeu suicídio. A Polícia Civil confirmou o óbito e realizou o levantamento cadavérico.

Delegada: “Ameaça hoje é o feminicídio de amanhã”

A delegada titular da DEAM de Camaçari, Dra. Maria Tereza, lamentou profundamente o caso e afirmou que todos os procedimentos legais foram adotados pela Polícia Civil. Ela fez um alerta sobre a gravidade de ameaças contra mulheres e criticou a soltura do agressor após a audiência de custódia.

“No dia 30 de abril, esse casal foi conduzido aqui para a DEAM de Camaçari porque estava brigando, e alguém chamou a Polícia Militar. A PM conduziu os dois, e, ao tomar conhecimento do caso, autuei ele em flagrante por ameaça. Quero esclarecer que uma ameaça hoje a uma mulher é um crime que pode se transformar em algo ainda mais grave no futuro. E foi o que aconteceu: um feminicídio.

O autor do crime foi autuado em flagrante no dia 30 de abril. Pedi a medida protetiva e, no dia 2 de maio, ele foi liberado após a audiência de custódia. Desde então, passou a dizer que iria matá-la.

Hoje, ele já não estava mais na casa onde moravam. Ela estava na casa de um primo, com medo de ser morta. E, nesta manhã, quando seguia para o trabalho com duas colegas, ele se aproximou, mandou que as colegas se afastassem, efetuou o primeiro disparo à queima-roupa no ouvido e depois deflagrou mais três disparos. Ela foi a óbito no local.

Possivelmente, ele foi direto para casa e lá se matou. Nós já constatamos que ele realmente está morto, e iremos realizar o levantamento cadavérico.

Ela tinha medida protetiva e todo o procedimento legal em favor dela foi cumprido. Quando foram apresentados aqui, o autor foi autuado em flagrante, pedi a prisão preventiva, o inquérito foi remetido à Justiça, e ele ficou preso. Mas, no dia da audiência de custódia, foi liberado.”

Clamor por justiça e proteção real

Apesar do longo relacionamento, Cláudia e Ladislau não tinham filhos. O caso reacende a discussão sobre a efetividade das medidas protetivas no Brasil e a urgência de ações mais rigorosas por parte da Justiça diante de agressores reincidentes.

Por: Igor Santiago

 

 

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