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Clima de guerra entre facções transforma rotina de moradores de Fazenda Grande I, em Salvador

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Clima de guerra entre facções transforma rotina de moradores de Fazenda Grande I, em Salvador

Facções trocam ameaças públicas e intensificam confronto na região; Polícia Militar mantém ações ostensivas para conter violência

Por: Camaçari Notícias

Foto: Reprodução/ Correio

A execução de Davi Barbosa de Carvalho, de 21 anos, enquanto trabalhava em um bar na localidade da Independência, em Fazenda Grande I, Salvador, não parece ter sido um caso isolado. A morte do jovem, atribuída à facção Comando Vermelho (CV), pode ser apenas o início de uma série de novos ataques, segundo um áudio que circula entre moradores e é atribuído a um traficante conhecido como "Jefão do CV".

No áudio, o criminoso afirma de forma direta: “A meta é matar todo mundo. Sabe nada. Traiu, levou dois fuzis e duas 12 [espingardas]. Por causa desses fuzis e dessas 12 aí a maioria da população.” A ameaça expôs o grau de tensão no bairro, onde o CV trava uma disputa sangrenta com o Primeiro Comando da Capital (PCC), que recentemente incorporou a Tropa do A, facção local com histórico de atuação no tráfico de drogas em Salvador.

Em resposta às ameaças, um integrante do PCC usou as redes sociais para desafiar o rival e tentar afastar os moradores da linha de fogo. "Matador de inocente. Sua guerra é com nós, não é com morador. Tenta contra nós, deixa quem não entra em nada. Sua guerra é com nós. Não sustentou a guerra no mando a mano e agora quer acabar com a vida de quem não entra em nada", publicou o criminoso em tom de confronto.

O embate entre os dois grupos criminosos já vinha se intensificando desde o Carnaval, período em que o 22º Batalhão da Polícia Militar (BPM) reforçou a presença na região com ações ostensivas. A conversão oficial da Tropa do A em PCC, porém, elevou o status do conflito para uma verdadeira guerra de facções, com impacto direto na vida da população.

Neste mês de maio, a Polícia Militar realizou diversas operações, incluindo a apreensão de câmeras de monitoramento clandestino instaladas pelas facções. No dia 17, dois desses equipamentos, que pertenciam ao PCC, foram removidos após serem identificados por agentes do 22º BPM.

Além disso, a polícia prendeu traficantes que haviam invadido a residência de uma moradora após serem feridos em um tiroteio. Na ação, foram apreendidas armas de grosso calibre, incluindo espingardas calibre 12, pistolas .40, munições, carregadores, coletes, um coldre, cinto tático, entorpecentes e até uma granada.

Policiamento Reforçado

Devido à crescente insegurança e à escalada de violência, o patrulhamento segue intensificado na região com apoio de equipes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT)/Rondesp Central. A estratégia das autoridades é sufocar a atuação das facções, impedir o avanço territorial e preservar a segurança da população.

Apesar das ações policiais, o clima entre os moradores é de medo e incerteza. Muitos evitam circular pelas ruas após o anoitecer e relatam viver em constante tensão. Enquanto as facções disputam o controle do território, os moradores seguem como vítimas indiretas de uma guerra sem data para acabar.

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